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Britney Line
Quando, em 1983, Michael Jackson lançou o clipe de Billie Jean, dirigido por Steve Barron, foi a primeira vez que um artista negro teve um clipe exibido na MTV norte-americana. Com passos que revolucionariam o mundo pop (entre eles, o famoso “moonwalk”, inspirado na dança de rua de crianças do Harlem, em Nova Iorque), o vídeo atingiu o primeiro lugar nas paradas. No mesmo ano, com a mesma música, Michael faz uma apresentação lendária na festa dos 25 anos da gravadora Motown, deixando o público mesmerizado no auditório cívico de Pasadena, na Califórnia. Corta. Quando, em 2001, Britney Spears lançou o clipe de I’m a Slave 4 U, dirigido por Francis Lawrence, foi a primeira vez que Britney se exibia como uma “bitch” na MTV norte-americana. Com figurino de bustiê e calcinha rosa por fora da calça e passos que chocariam o mundo pop (entre eles, os rebolados e giros de deixar espectadores tontos, criados pelo coreógrafoBrian Friedman), o vídeo atingiu o primeiro lugar nas paradas. No ano seguinte, com a mesma música, Britney faz uma apresentação com uma cobra sobre o pescoço no Video Music Awards (VMA), deixando o público mesmerizado no Metropolitan Opera House, em Nova Iorque.
Pelo menos em termos de performance, MJ e Britney tiveram o mesmo fulgor/maldição do universo pop: fazer coreografias que ficaram cravadas na memória popular como uma ferradura. Michael, até um pouco antes da sua morte, há exatos dois anos, ainda tinha de repetir no palco a “caminhada lunar” no Staples Center, em Los Angeles, durante os ensaios da turnê This is It. Britney, que acabou de lançar a turnê Femme Fatale Tour, com base no novo CD homônimo lançado em março deste ano (e elogiado pela revista Rolling Stone americana), repete a coreografia original de I’m a Slave 4 U. Sem o mesmo viço, sem a mesma explosão no palco de antes quando era a “miss american dream” com calça jeans de cós baixo.
Na estréia da nova turnê, semana passada, em Sacramento (EUA), vimos uma Britney que não dança mais como antes em nenhuma das 22 músicas (nem na época mais low profile de Circus, que já tinha inserções teatrais). Ao contrário da dieta espartana anunciada contra Starbucks e fast-foods, regra estendida até a bailarinos, a artista americana ainda não está em plena forma (pequenos “pneus” aparecem quando ela se curva). E, apesar dos esforços em substituir a falta de pulsão coreográfica por 40% dos vocais ao vivo (como Britney prometeu em entrevista), o lip sync (movimento de lábios de playback) continua lá.
Se Britney não tem o mesmo vigor, o que move os fãs para perdoar aquilo que, para a mídia em geral, é anunciado como o “ocaso” de uma estrela pop? “Nós amamos principalmente porque acompanhamos Britney Spears desde antes dos seus problemas. Ela é uma pessoa como qualquer outra e passou por uma série de dificuldades provocadas pela mídia”, opina o carioca Felipe Cardoso, webmaster do site BritneyNow.Com. Otávio Daros, também do BritneyNow, justifica o “momento Britney” após o surto de 2008, de mãe recatada ao lado dos dois filhos e longe dos holofotes e da vida bitch. “Com o tempo, acredito que Britney tenha perdido aquela vontade de competir, de estar em todos os programas de televisão e premiações. Ela optou por uma vida mais calma, até porque encontrou nesse estilo de vida o equilíbrio”, diz.
Thiago Bispo, coreógrafo da cover pernambucana Thammy Spears, minimiza as críticas.“Para quem realmente gosta de Britney, ela sempre será alguém que atende às expectativas. No primeiro show da turnê, é normal ela ficar travada, dura”, defendeu.“Quem é fã de Britney, não liga que ela faz playback. O fã de Britney vai ao show para vê-la. Não para ouvir notas altas, isso é fã de Mariah Carey”, disse Danilo Cipriano, correspondente do site X-Britney no Recife. Pelo jeito, não adianta o que Britney fizer, será sempre amada porque ela é o exemplo de diva-superação, como diz Otávio Daros: “Essa é a Britney. Estamos felizes com ela. Amamos ela exatamente do jeito que é.”
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