Depois da apresentação de Britney Spears no Good Morning America, críticos de música, dos mais diversos veículos do mundo, não pouparam em detonar a performance da princesinha do pop. Num palco repleto de efeitos pirotécnicos, Britney dublou três das canções do disco Femme Fatale, lançado oficialmente na última terça-feira (29). Até aí nenhuma novidade já que a cantora costuma dublar seus hits desde sua segunda turnê, que veio ao Brasil no Rock in Rio de 2001. O problema, segundo jornais como o San Francisco Chronicle e o site Aceshowbiz, é que Britney vive à sombra da estrela pop que foi, sem sustentar o título e o status que lhe foi dado ao longo desses mais de dez anos de carreira sólida.
Jerry McLeod, jornalista de Nova Orleans, colaborador da Times, escreveu que aos 29 anos, é uma "vergonha" que Britney Spears continue enganando seus fãs, mesmo num mini-concerto para promover um disco que, segundo a crítica especializada, é o seu mais bem produzido. Para ele, o fato das canções de Britney serem repletas de efeitos sonoros não serve de desculpa para uma dublagem: "Lady Gaga e muitas outras divas do pop provaram que é possível criar versões ao vivo de músicas super produzidas. Até Ke$ha fez isso em sua apresentação no Today Show".
Kevin O´Donnel, da revista
Spin, poupou a dublagem e detonou mais a postura de estrela do pop, que ela já não mais seguraria.
"Spears sempre fez playback, mas o que a fazia fantástica perto das outras eram suas coreografias de deixar o público boquiaberto. Na performance que vimos, no entanto, ela optou apenas por se mover pelo palco, fazendo caras de perigo em cima de seus saltos. No medley de Big Fat Bass, lembramos até mesmo de seu retorno desastroso no Video Music Awards de 2007".
O diretor associado da Billboard, a maior parada de músicas do mundo, Keith Caulfield, afirmou em entrevista que, num show de Britney Spears, se espera ferocidade nas execuções das músicas: "como você sabe que ela vai dublar, o mínimo que precisa é um espetáculo de dança. Se ela não dança mais, não pode fazer dublagem. Não dá para enganar duplamente".
Anna Sanclement, do Examiner, escreveu que ela não se esforça mais como suas concorrentes. No entanto, ela afirma que o show de retorno foi infinitamente superior à turnê Circus (que ela apresentou pelos Estados Unidos, Europa e Austrália em 2008), uma "bomba", em sua opinião.
Maldoso, Cristin Maher, do PopCrush sustentou que Britney Spears falou muito do show, mas não mostrou nem metade do que prometia. O crítico diz que em determinado momento da canção Hold it Against Me, Britney chegou a se perder na coreografia e não acompanhou os dançarinos, improvisando. Ele ainda ironiza a postura dos fãs, incapazes de ver o problema da cantora, afirmando que mesmo com a falha, ela venderá milhões de ingressos para sua próxima turnê.
Em outro artigo, o site do Examiner tentou explicar a decepção diante de uma plateia de cinco mil pessoas. O médico Drew Pinsky, uma das cabeças do reality show Celebrity Rehab, afirma que os movimentos robóticos da cantora são muito provavelmente devido aos remédios que ela toma para tratar um transtorno bipolar, que afetariam a performance física de um indivíduo. "Ela parecia muito boa até onde eu olhei. Ela tem desordens psiquiátricas que vão precisar de tratamento para o resto da vida. É muito provável que ela nunca mais pareça a mesma", disse em entrevista.
Femme Fatale
Apesar das críticas, o novo disco da cantora, Femme Fatale é apontado, até o momento, como o melhor de sua carreira. McLeord, de Nova Orleans, finaliza seu texto afirmando que Britney precisará de muito jogo de cintura para cativar os fãs em seu novo espetáculo, colocando a sua procura por um cantor para performar com ela (Enrique Iglesias já tinha confirmado, mas pulou fora) como a principal prova de que ela não o sustenta sozinho, algo que os agentes da popstar teriam plena consciência.