Um sonho dentro de um sonho
Em julho de 2001, a Jive Records anunciou que Britney Spears sairia, antes do final daquele ano, em sua quarta turnê pelos Estados Unidos. Esse foi o nascimento da “Dream Within A Dream Tour”, que marcou a transformação da cantora nos palcos. O show, criado e dirigido por Wade Robson, era mais teatral e representava seu amadurecimento.
Apesar de ter sido montada para promover o álbum “Britney”, a “Dream Within A Dream Tour” teve início no primeiro dia de novembro, cinco dias antes do lançamento do disco. Vale lembrar que naquela época não era muito comum o vazamento de cds antes da data, portanto, o show era uma grande surpresa para os fãs. Até o fim de 2001, Spears realizou 31 shows nos Estados Unidos e Canadá.
Em abril de 2002, após o lançamento de seu primeiro filme, “Crossroads”, a cantora retomou a rotina de shows, fez algumas alterações no setlist e se apresentou em Tókio. Depois foram mais 37 shows pela América do Norte, incluindo 2 apresentações conturbadas no México, onde fechou a turnê.
O espetáculo era mesmo um sonho. Inspirado no poema homônimo de Edgar Allan Poe, representava um sonho de Britney, que dormia cuidadosamente dentro de uma bolha enquanto as mais improváveis situações eram representadas no palco. Logo na primeira música, “OOPS… I did it again”, Britney surgia suspensa em uma plataforma que rodava 360º enquanto a moça cantava os primeiros versos.
Os números, cuidadosamente coreografados por Robson, eram cada vez mais sensuais e capazes de entreter o público presente. No fim do cover de “I Love Rock N’ Roll” salta de bungee jump em cima do público.Em “Lonely”, Britney interagia com um clone seu, projetado em um telão, numa batalha de dança eletrizante,
Explosão de efeitos especiais
Uma das coisas mais importantes dessa turnê foi a quantidade de efeitos especiais e fogos de artíficio usados, principalmente no show do dia 18 de novembro, que foi transmitido ao vivo para todo o país pela HBO e mais tarde lançado em DVD. O palco, em formato de chave, foi desenhado para que toda a arena tivesse visão privilegiada das performances e era equipado com lasers, mais de 200 luzes, telões, displays de LED e diferentes tipos de fogos de artifício e canhões de fumaça.
Uma plataforma, chamada de “A Barca”, foi criada especialmente para fazer com que a loirinha e seus dançarinos voassem sobre o público durante algumas canções. Com visual hi-tech e cheia de fogos de artifício, a barca foi inspirada no filme “Cleopatra”, mas com toque futurista. O efeito é encantandor.
Para o grande encerramento, foi desenhado especialmente para o show um elaborado sistema de irrigação, que criava uma tela d’água sobre o palco, dando um efeito surreal de chuva. Projeções de laser eram feitas na chuva artificial, que fazia duas toneladas de água cair sobre a loirinha e seus bailarinos. Eram aproximadamente mil litros por minuto, uma instalação nunca feita antes em um concerto de música Pop.
Ícones
Muitos elementos desta turnê se tornaram referência na carreira de Britney. A pose que a cantora fazia pendurada em um pole, no final de “Slave”, foi eternizada na estátua de cera do famoso museu Madame Tussauds, em Las Vegas.
O figurino também não fica para trás. Todas as peças usadas pela cantora, desenhadas pela dupla Kurt e Bart, que acompanharam a cantora em 2001 e 2002, foram feitas para valorizar o corpo de Britney. Alguns dos figurinos estão espalhados pelo mundo e expostos em museus dedicados a cultura Pop e Rock.
Recepção
Apesar de não ter rodado o mundo, essa é uma das turnês mais lucrativas da carreira de Britney. Além de ter sido muito elogiada pela crítica por se tratar de um espetáculo grandioso que definitivamente ia muito além de um concerto musical. Só em 2001, rendeu mais de US$43 milhões, ficando atrás somente da turnê de despedida de Cher na lista de turnês mais bem sucedidas daquele ano.
Os dois últimos shows aconteceram no México, e era a primeira vez que Britney se apresentava por lá. A expectativa dos fãs era grande. Porém, nem tudo deu certo. Quando desembarcou no país, a cantora – que até então tinha fama de boazinha – deixou escapar um gesto obsceno aos fotógrafos que causaram um tumulto básico ainda no aeroporto. Foi o suficiente para a imprensa marrom ficar de olhos na princesinha do Pop.
A natureza também não ajudou e uma tempestade tomou conta do país na véspera dos espetáculos, causando alguns estragos em equipamentos do palco. Apesar da primeira apresentação show ter ocorrido numa boa, a segunda – e última – foi um fracasso. A chuva não deu trégua e, por questões de segurança, a cantora precisou cortar mais da metade de seu setlist, abandonando o público logo após “Stronger”. A decepção tomou conta dos mexicanos e a tão bem sucedida turnê foi encerrada da pior forma possível.
A turnê acabou em julho de 2002, mas alguns registros oficiais foram feitos! O show do dia 18 de novembro (essa data parece familiar para alguns?), em Las Vegas, foi transmitido ao vivo pela HBO gringa e posteriormente lançado no “Britney Spears Live From Las Vegas”. Um show na Flórida também foi filmado e exibido na rede de supermercados Walmart, em 2002. Existem também filmagens profissionais dos shows feitos em Albany – onde a cantora teria cantado parte do setlist totalmente ao vivo – e em Tókio. O desastre no México também foi registrado e lançado em um documentário sobre a rotina de Britney durante suas turnês, o “Stages”.
A “Dream Within a Dream” transformou o modo que Britney era vista pela público, fazendo dela uma das maiores showgirls de sua geração. A partir daí, as performances de Britney se tornaram muito mais focadas no entretenimento visual do que na música e nas suas habilidades vocais. Também simboliza o sonho que a cantora tinha de se tornar uma das maiores estrelas do cenário Pop, amadurecida e preparada para entreter milhões de fãs pelo mundo todo.
Créditos: Vestiario.org
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